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A Epopeia de Sagarana.

O ano era de 1938 e o então diplomata brasileiro João Guimarães Rosa, após mostrar para alguns amigos o que andava escrevendo nas suas horas vagas, resolve, por iniciativa destes amigos, inscrever o livro no concurso literário Humberto de Campos, patrocinado pela Livraria José Olympio Editora com o pseudônimo de Viator, e o livro com o nome de Contos.


A banca julgadora, formada por eminentes escritores da época: Graciliano Ramos, Marques Rebelo, Prudente de Morais Neto, Dias da Costa e Peregrino Jr se dividem na votação e o livros Contos, fica com o segundo lugar. Graciliano Ramos foi o fator principal da não escolha de Contos, anos depois ele até publicaria um texto explicando que guardava um "remorso" por não ter dado o seu voto favorável ao Guimarães Rosa, no entanto, suas críticas ao então livro Contos acabou por serem acatadas por Guimarães Rosa e gerou correções no texto final e na publicação que viria a ocorrer no futuro.


Quase 10 anos depois, após refinar o seu texto, Guimarães Rosa o publica com o nome na qual ficaria conhecido: SAGARANA. O próprio título já demonstra muito do que veria a seguir nos textos, o termo é uma junção de duas palavras, SAGA, de origem germânica, com o significado de "lenda" e RANA, de origem tupi que significa "semelhança", portanto o significa fica próximo a "semelhante a lenda".


Foi publicado pela Editora Universal e esta edição, única por ter sido a última por esta editora e rara, pois poucos exemplares sobreviveram ao tempo, possui uma dedicatória do autor.


Sobre esta dedicatória que iremos nos ater, como podem ver a escrita é bem feita, cursiva, e muito bem acabada. Típica da época onde escrever de forma clara era um requisito básico, por isso nas escolas ainda se cultivavam a disciplina de caligrafia, um item interessante na dedicatória é o fato de Guimarães Rosa ainda não colocar o nome da pessoa a qual esta dedicando em caixa alta, isso depois foi alterado e na maioria das dedicatórias após 1950 seguem esta regra.


Há também uma informação interessante, o autor diz na dedicatória que o momento do autógrafo coincidia com o prêmio "Felipe de Oliveira", na qual recebeu o livro Sagarana.


O autografo já evidencia a assinatura firme e forte, o J de João bem estilizado e que posteriormente será omitido em algumas assinaturas futuras, o G e o R também são bem característicos de sua escrita. Uma assinatura inconfundível.


Sobre o livro, apenas recomendo que leiam!!!


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